Ensino Médio: Protótipos para a Integração Curricular
Dariluce Gomes da Silva
O Ensino Médio configura-se, atualmente, como um dos principais itens da pauta de preocupações e demandas da Superintendência de Educação Básica (SUEB) da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc). No nível macro, sabe-se que as transformações globais da sociedade, da economia e do trabalho pressionam as instituições escolares de ensino médio do mundo inteiro para que busquem novas abordagens educativas. Assim, objetivando avançar no debate, o Conselho Nacional de Educação, por meio de sua Câmara de Educação Básica, e a Representação da UNESCO no Brasil promoveram no dia 5 de maio de 2011, em Brasília-DF, uma Audiência Pública, durante a qual se fez a proposta de adoção de protótipo curricular de Ensino Médio orientado para o mundo do trabalho e a prática social, e de protótipo curricular de Ensino Médio Integrado. A convite da UNESCO, a SUEB se fez representar por mim, integrante da Coordenadoria de Ensino Médio (CEM) no referido evento, que congregou representantes de todas as unidades da federação.
Os protótipos curriculares colocados em debate na ocasião são resultantes de estudos desenvolvidos pela UNESCO na última década, com apoio do Ministério da Educação, denominados “Currículos de Ensino Médio”; tais estudos buscaram aprofundar as discussões e construir propostas curriculares que de fato tornassem efetivas no processo de ensino-aprendizagem as finalidades previstas para essa etapa da educação básica, por meio de mecanismos viáveis para a integração entre a educação geral, a educação básica para o trabalho e a educação profissional técnica de nível médio.
Nos referidos protótipos, a formação geral está voltada para o mundo do trabalho e a prática social, como determina a Lei nº 9.394/96, de forma a garantir as aprendizagens necessárias ao desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e capacidades básicas exigidas para o exercício de todo e qualquer tipo de atividade laboral, além de preparar o jovem para a cidadania e o prosseguimento dos estudos, promovendo o aprimoramento dos valores humanos e das relações pessoais e comunitárias. A iniciativa configura-se em proposição importante para a formulação de políticas públicas de enfrentamento dos desafios da oferta de um Ensino Médio inclusivo, com significado e de qualidade, que proporcione a formação humana e integral da juventude brasileira e combata a evasão e a repetência.
Os protótipos sugerem uma forma de operação do currículo através de ações, tais como: revisão anual do projeto pedagógico e do currículo escolar; viabilização de semana de integração escola/comunidade, semana de diagnóstico e semana de planejamento das atividades de intervenção; organização dos diagnósticos (pesquisas) e das atividades de transformação partindo da própria escola e da moradia dos estudantes, ampliando o contexto para a ação comunitária e transpondo para a vida em sociedade, por meio das dimensões articuladoras (trabalho, ciência, cultura e tecnologia) e das áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas). Segundo o Setor de Educação da UNESCO, a inclusão da Matemática como área específica do conhecimento procura seguir uma tendência normativa indicada pela matriz de competências do novo Enem e pelo Ensino Médio Inovador (Parecer CNE/CEB 11/2009).
Os protótipos analisados na Audiência Pública partem, portanto, de uma opção metodológica fundamental: são valorizadas as formas didáticas que privilegiam a atividade do estudante no desenvolvimento de suas capacidades e na construção do conhecimento, com ênfase em projetos e atividades de investigação, de intervenção ou de aprendizagem que preconizam ampla participação e efetivo protagonismo juvenil.
Para conhecer o Resumo Executivo dos protótipos, acesse:http://www.unesco.org/new/pt/brasilia, na sessão de Publicações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, opine, sugira!